Por que apenas algumas poucas empresas dão o pulo de bom para ótimo? Jim Collins responde a essa pergunta no livro “Good to Great” (2001), no qual afirma que o bom é inimigo do ótimo.

E qual é o segredo das empresas classificáveis como “Great Companies”? Para responder a essa pergunta, Collins conduziu uma pesquisa envolvendo 1435 empresas mencionadas pela revista “Fortune500”.

A pesquisa demonstrou que apenas 11 empresas apresentaram a transição de bom para ótimo (“good to great”) com pelo menos 15 anos de desempenho bom antes da transição e pelo menos 15 anos de desempenho ótimo após a transição. O desempenho ótimo foi definido por uma valorização das cotas de participação em pelo menos três vezes superior à média do mercado em cada ano.

A descoberta mais surpreendente é que os fatores que haviam determinado o sucesso de todas as 11 empresas foram os mesmos. As empresas haviam seguido a mesma receita de conceitos, cada uma a sua maneira e de forma totalmente independente. Os fatores são os seguintes:

Liderança – O processo de mudança “good to great” iniciou quando um novo líder assumiu o posto de CEO. Em apenas uma das empresas esse líder era externo, enquanto que nas outras 10 surgiu entre os gerentes existentes. Sem exceção, todos os líderes apresentavam perfil humilde e simples, preferindo sempre atribuir o sucesso ao grupo, mas sempre apaixonados e incansavelmente dedicados à empresa.

Primeiro quem,… Depois o que…– Collins compara a empresa a um ônibus. Os líderes das 11 empresas mais bem sucedidas inicialmente decidiram quem estaria no ônibus para somente após decidirem para onde o ônibus iria. Apenas as pessoas alinhadas com a cultura e os valores poderiam estar no ônibus. Uma forma fácil de avaliar se uma pessoa que está no ônibus deve descer é fazer a seguinte pergunta: “Agora que já nos conhecemos, se fosse hoje, eu te contrataria?” Se a resposta for não, a pessoa tem que descer. Nenhum dos 11 líderes teve dúvidas sobre quem deveria estar no seu ônibus. Mais importantes que a experiência específica são o caráter da pessoa e o alinhamento com os valores. Experiência se adquire.

Aceitar a realidade – Por pior que fossem os fatos, os 11 líderes encararam a realidade, contudo sem jamais perder a fé inabalável de que o sucesso seria alcançado em algum momento. Enquanto algumas empresas viram seus resultados piorarem lentamente porque o mercado mudou e preferiram ignorar o novo cenário, as empresas que deram o pulo para “great” mudaram suas estratégias, cortaram na carne e se adaptaram às novas necessidades e oportunidades. Se você não puder ser o melhor no que está fazendo, pense em algo em que você possa ser o melhor. Não se contente com menos.  

O conceito do porco-espinho – A lenda grega compara a raposa ao porco-espinho. A raposa é bonita, ardilosa, inteligente e conhece todos os truques para tentar pegar o porco-espinho. O porco-espinho é feioso, sem graça e tem apenas um truque; quando a raposa tenta pegá-lo, ele assume a forma de uma bola de espinhos. Moral: mais importante do que conhecer todos os truque é conhecer bem um ótimo truque. As 11 empresas “great” definiram seu “core business” e se mantiveram fiéis e incansáveis em ser as melhores naquilo que escolheram fazer, não se deixando seduzir por oportunidades que não tivessem alinhamento com o negócio principal.

O “core business” deve atender três aspectos:

  • Deve ser algo pelo que você tenha paixão
  • Deve ser algo em que você possa ser o melhor
  • Deve ser lucrativo e sustentar seu negócio

 Disciplina – As 11 “great companies” possuem culturas fortes e bem definidas. Pessoas disciplinadas e alinhadas com a cultura da empresa não precisam de hierarquia, são auto motivadas e fáceis de gerenciar. As pessoas receberam liberdade para trabalhar com responsabilidade. A disciplina manteve as 11 empresas centradas em seus “core businesses”.

Aceleradores tecnológicos – Para as 11 empresas, a tecnologia nunca foi fator prioritário de transformação. A tecnologia foi sempre utilizada na medida necessária e no momento oportuno. Só porque surgiu uma nova tecnologia, não necessariamente temos que adotá-la. Quando surge uma necessidade é que devemos procurar a solução tecnológica mais adequada, evitando o deslumbramento das falsas panacéias.

A roda – As 11 empresa foram comparadas a uma imensa e pesada roda que gira em alta velocidade, tão rápida quanto o seu sucesso. Perguntando aos 11 líderes que estratégia fantástica colocou suas rodas girando tão rápido, foram unânimes em dizer que não sabiam, ou que não houve uma estratégia. A roda não foi coloca em giro de um só vez. Foi uma constante e incansável sucessão de ações que lentamente aceleraram a roda ao longo de meses e até anos.

Colocar as pessoas certas no ônibus, retirar as pessoas erradas, todos unidos em torno de valores bem definidos, trabalhando sempre para fortalecer o “core business” e tendo paixão pelo que fazem e procurando ser os melhores no que fazem, foram os fatores que levaram as 11 empresas estudadas a darem o pulo do “bom para o ótimo”, “Good to Great”.

“A cultura é a marca da empresa!”

Eduardo Grachten

Leia também


alfacompbrasil
alfacompbrasil

No mercado desde 1992, a Alfacomp fabrica produtos e equipamentos de telemetria que viabilizam sistemas SCADA de Telesupervisão e Telecomando. Nossos rádios modem e unidades remotas de telemetria auxiliam empresas de saneamento e energia na melhoria da rastreabilidade, controle de qualidade, eficiência energética e controle de perdas. Aliados a clps de mercado e operando em protocolos abertos, nossos produtos compõem soluções de alto desempenho e baixo custo. Since 1992, Alfacomp designs and manufactures telemetry devices and solutions for SCADA systems. Our data radios and RTUs help water, oil and energy companies to improve their programs of quality control, traceability, energy efficiency and loss control. Connected to plcs and communicating through open protocols, our solutions compose high performance low cost systems.

Leave a Reply